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Pau-mulato e a exuberância de suas cores


Aleia de pau-mulato na Universidade Federal de Viçosa. Foto: C. Capanema, jul.2021.
Aleia de pau-mulato na Universidade Federal de Viçosa. Foto: C. Capanema, jul.2021.

Pau-mulado (Calycophyllum spruceanum), também popularmente conhecido como mulateiro, é uma árvore amazônica, originária da América do Sul.


A espécie atinge de 20 a 35 m de altura e ocorre em toda a Amazônia, abrangendo Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. Sua ocorrência está, em grande parte, relacionada à dinâmica dos rios, sendo frequentemente encontrada em praias de várzeas e em clareiras de matas de solos argilosos.


Este não é o caso das árvores que aparecem nas fotos aqui, já que foram cultivadas em um arboreto no domínio da Mata Atlântica. Arboretos são lugares onde se cultivam árvores, arbustos e plantas herbáceas para fins científicos, recreativos ou educativos. Neste caso, as árvores encontram-se no território do Laboratório de Dendrologia da Universidade Federal de Viçosa (já falei deste lugar em outro post). Não é incomum encontrar esta espécie arbórea em centros de pesquisa e campus universitários.


Em sua interação com os humanos, o pau-mulato é geralmente reconhecido, em uma perspectiva utilitarista, pelo seu grande potencial farmacológico. Na etnomedicina é indicado como cicatrizante e rejuvenescedor, além de ser usado no controle de manchas de pele. Sua madeira densa também a tornou adequada ao uso na produção de cabos para ferramentas, molduras, pisos e esquadrias. Na sua região de origem também apresenta importância para a recuperação de ecossistemas florestais, pois o plantio é indicado em projetos de recuperação de áreas degradadas, devido à baixa exigência em fertilidade dos solos.


Tronco do pau-mulato em fase de colaração bronze (ou zarcão). Foto: C. Capanema, jul.2021.
Tronco de pau-mulato em fase de colação bronze (ou zarcão). Foto: C. Capanema, jul. 2021

O tronco do pau-mulato “descasca” anualmente em longas tiras, deixando exposta a camada interna avermelhada de textura lisa, com aparência envernizada, como vemos nas fotos. Eu já havia passado por esta aleia de paus-mulatos algumas vezes e nunca a havia visto com esta coloração e brilho exuberantes. Em alguns lugares, como no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a espécie torna-se uma atração no inverno, quando acontece a troca da casca para esta cor bronze.

A cada ano a camada superficial do caule é renovada, inicialmente a nova casca é esverdeada, passando a marrom ou avermelhada ao longo do tempo. Para ver as várias fases e cores do tronco em diferentes períodos, acesse as imagens do Google e conheça toda a beleza desta árvore endêmica da Amazônia.


Viva a Amazônia, o pau-mulato e as ávores brasileiras!


Pau-Mulato em perspectiva. Universidade Federal de VIçosa. Foto: C. Capanema, jul. 2021.
Pau-Mulato em perspectiva. Universidade Federal de VIçosa. Foto: C. Capanema, jul. 2021.

 

Referências bibliográficas:


GUEDES, Marcelino Carneiro. Embrapa pesquisa pau-mulato para manejo de uso sustentável. Jornal Dia de Campo. Disponível em: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?id=29169&secao=Artigos%20Especiais. Acesso em: 24/07/2021.


SANTOS, A.B.; RIBEIRO-OLIVEIRA, J.P.; CARVALHO, C.M. Sobre a botânica, a etnofarmacologia e a química de Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook. f. ex K. Schum. Rev. bras. plantas med. 18 (1 suppl 1), 2016, https://doi.org/10.1590/1983-084X/15_152 .


STEHMANN, João Renato. 50 árvores do museu / João Renato Stehmann; Flávia Santos Faria; Thamyris Bragioni. – Belo Horizonte: Formato Editora, 2019.


UENF. Pau mulato. Árvores da UENF. Disponível em: https://uenf.br/projetos/arvoresdauenf/especie-2/pau-mulato/. Acesso em: 24/07/2021.

 

Como citar este texto:


CAPANEMA, Carolina M. Pau-mulato e a exuberência de suas cores. Viçosa. 2021. Disponível em: https://emtudovejonatureza.wixsite.com/inicio/post/pau-mulato-e-a-exuberancia-de-suas-cores. Acesso em: [Data de acesso].







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