Outro dia li que Hayden White disse que “ser um/a historiador/a não é uma escolha de carreira. É uma escolha existencial”.
Sempre senti a minha escolha dessa forma, mas não tinha tido o insight teórico de Hayden White. Afinal, não sou Hyden White (ainda bem). Mas sou Carolina, historiadora satisfeita e comprometida com minha ocupação.
Escrevi este texto originalmente no dia em que se comemora a minha profissão - 19 de agosto -, data em que acabo fazendo um balanço sobre minha atuação. E, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela desvalorização (e até mesmo incompreensão) do meu ofício, acabo reafirmando meu caminho com certo grau de esperança.
Por isso, resolvi compartilhar com vocês as imagens de uma experiência profissional, uma reflexão e um convite.
As fotos acima são de um trabalho de campo que me trouxe algum dinheiro, satisfação profissional, mas também (e principalmente) um amor. Histórias que se transformam em história...
Nas fotografias (basta rolar a barra para visualizar todas elas) podemos notar cultura e natureza sem distinção de limites. Convido vocês a exercitarem este olhar e a pensar em uma outra história possível. Menos antropocêntrica.
Como disse a antropóloga Anna Tsing, em “Viver nas ruínas”,
"é hora de recuperar a história e permitir a entrada de não humanos, assim como historiadores sociais se abriram para as histórias dos povos colonizados, povos indígenas, pessoas de cor [do original] e mulheres no final do século XX”.
Referências bibliográficas:
A frase de Hayden White foi citada no texto de Ewa Domanska, mas a autora não fez refêrência à sua origem.
DOMANSKA, Ewa. Para além do antropocentrismo nos estudos históricos. Revista Expedições: Teoria da História & Historiografia V. 4, N.1, Janeiro-Julho de 2013
TSING, A.L. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.
Como citar este texto: CAPANEMA, Carolina M. Convite de uma historiadora ao exercício do olhar. Viçosa. 2021. Disponível em: https://emtudovejonatureza.wixsite.com/inicio/post/convite-de-uma-historiadora-ao-exercicio-do-olhar. Acesso em: [Data de acesso].
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